Falar em experiências do usuário é algo presente desde que a teia era mato.
Autor: Julinho
Falar em experiências do usuário é algo presente desde que a web é web. Lembra-se daquela postagem clássica do Twitter: “Quando eu cheguei na Internet era tudo mato”? Pois é… Sou do tempo da conexão discada. Dos idos do mIRC e Windows 3.11. Comecei a trabalhar com web no momento em que a Internet havia chegado ao Brasil. Desde então, me ocupo em entender cada vez mais a evolução das teias digitais e experiências que promovem para seus usuários.
Para ajudar nesta reflexão, vou contar um pouco sobre minhas vivências e visão como designer e também, sobre as evoluções do mercado digital, que remontam à chegada da Internet no Brasil.
Quando falo, saudosista, sobre meu primeiro contato com o mundo digital, é porque gosto de memorar como era trabalhar com as redes na década de 1990 e, então, comparar com o momento presente. As dificuldades que enfrentei naquela época não eram menores do que as precisar em palavras todas as suas nuances. Assim, como designer UX/UI, posso dividir com você que meu papel de gerar uma experiência marcante para as pessoas segue se mostrando um desafio permanente, que se apresentam atualmente, eram apenas diferentes.
O que esse Designer pensava?
Naquela época, os problemas estruturais incluíam ter que lidar com uma conexão de 200k, o que hoje é impensável. Assim, um dos muitos desafios era desenhar uma experiência para as pessoas com um sistema, ainda, muito embrionário. As soluções brotavam, mas a tecnologia, ali, não conseguia acompanhar o que era traçado.
Nos anos 1990, precisei zipar um software chamado Macromedia Flash 1. Foram necessários 11 disquetes. O objetivo, instalar o programa em um computador com monitor P&B. Me recordo que o último disquete dava problema. Claro, haveria de ser o último.
Foi custoso o trabalho que tive para instalar o programa, mas me recordo de ficar entusiasmado com a novidade, em poder aprender a utilizar um novo software. Jamais me esquecerei do momento em que fui capaz de fazer um “quadradinho” se mexer para lá e para cá. Eu havia aprendido a trabalhar com a timeline do Flash!
Olhando em retrospecto, percebo o quanto o processo foi árduo, mas posso afirmar que não tenho uma única memória ruim desse episódio. O que me marcou de verdade foi ver o Flash rodando pela primeira vez no computador e perceber o quanto essa experiência foi e continua a ser relevante na minha história.
Atualmente, é impossível compreender o poder da tecnologia. Abundantes são as produções de softwares, aplicativos, robôs, sites, computadores, jogos etc.. Quais as consequências disso tudo? Pois veja bem, já circulam por aí carros autônomos (sem motorista). Um deles, que estava em teste pela Uber nos Estados Unidos, em 2018, chegou a atropelar e matar uma ciclista.
Parece óbvio, né? No entanto, somando meus anos na caminhada tecnológica às experiências adquiridas no mercado, confesso que o que mais percebo é: as empresas esperam decidir seus projetos a partir de uma ferramenta. Ou seja, querem resolver um problema de negócios começando pelo final.
Muitas organizações esquecem de focar em um ponto de extrema importância: do quê minha persona precisa?
De quê adianta construir um app para solucionar determinada demanda, mas que não funciona corretamente, oferece uma péssima experiência e repele o usuário? E este é um ponto muito curioso. Afinal, com tantas possibilidades tecnológicas e evoluções nas formas de comunicar, não faz muito sentido criar um produto, já de imediato, focado na ferramenta.
O mais importante é o poder de decisão do ser humano, porque quem decide se um produto é bom ou não é o mercado. Clientes e potenciais consumidores. Suas buyer personas e personas. É essencial refletir sobre isso e permitir que faça sentido real ao se iniciar o desenvolvimento de produtos.
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Apesar de a tecnologia estar caminhando para um futuro que não sabemos onde nos levará, ainda é preciso criar experiências que façam sentido para as pessoas. Se antes o vale transporte vinha em uma grande cartela com tíquetes a serem destacados, hoje temos os cartões de ônibus. E ainda precisamos evoluir com essa tecnologia para facilitar ainda mais a vida dos usuários e funcionários, empresas envolvidas e órgãos públicos.
Por isso, não importa o espaço onde esse tipo de conhecimento é aplicado, contanto que seja feito, Experiências do usuário é sobre pensar, compreender e fazer com pessoas!
Por exemplo, os óculos de realidade aumentada para jogos, por exemplo, são super legais e divertidos, mas ainda são desconfortáveis. O trabalho de aprimorar esse e muitos outros detalhes do gadget é o que desenvolve uma relação de fidelização da marca com o cliente.
Na Flip, diferentes são os tipos de clientes e demandas. Cada empresa que atendemos apresenta sua realidade e conta com expectativas próprias. Por esta razão, independentemente de qual seja a natureza do projeto, os fios condutores em comum que busco manter sempre carregados são evolução e experiência.
Sua organização pode ter dinheiro, ferramentas e uma sala super criativa e cheia de funcionários talentosos com muita vontade de “fazer acontecer”. Mas se a marca não entender como as pessoas se relacionam com o produto que oferece, nada de extraordinário acontecerá.
Por outro lado, se seu empreendimento agir de forma consciente e projetar um serviço ou produto que realmente irá trazer soluções e conforto para seu público, saiba que ferramentas e tecnologias incríveis não vão faltar.
Em projetos sociais, como o desenvolvido pelo coletivo Babuca, por exemplo, pude colaborar com a criação de vivências que ajudam comunidades a explorar melhor os seus recursos e culturas locais. Dessa forma a cultura de Experiências do usuário é constantemente construída em desafios desse tipo.
Nesse tipo de iniciativa, construir experiências é fundamental. Quase sempre me deparo com pessoas que possuem elevado potencial, mas não sabem como extrair o máximo disso. Contribuo criando meios e exemplos de como o design pode ajudar a alçar à conquista dos objetivos. É possível concluir que pensar em Experiências do usuário é mais do que fazer uma interfaces, é sobre criar relacionamentos duradouros.
Em design, não se deve abrir mão de criar o sentido. Os pontos mais importantes sempre trombam com o óbvio. E são eles:
E você, tem alguma experiência evolutiva com algum produto ou serviço que foi transformadora para sua vida? Compartilha isso com a gente aqui nos comentários!
Um abraço.
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